O Buyback-and-burn é uma ação comum no mercado de criptomoedas. Nesse mecanismo, um projeto recompra tokens de sua própria emissão e os remove permanentemente de circulação, queimando-os. A “queima” acontece ao enviar os tokens para um endereço inacessível, garantindo que eles nunca mais serão utilizados.

No mercado financeiro tradicional, existe uma prática semelhante: a recompra de ações. Nesse caso, uma empresa adquire parte das suas próprias ações em circulação.

O objetivo geralmente é reduzir o número de ações disponíveis no mercado, algo que é visto de forma positiva, já que sinaliza uma perspectiva otimista por parte da empresa. Porém, no caso do Buy Back and Burn, existe uma diferença fundamental: os tokens recompensados não são mantidos pelo projeto, mas destruídos.

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Como funciona na prática: o exemplo da Júpiter

Um ótimo exemplo prático para entender o Buy Back and Burn é o da Júpiter, uma plataforma que funciona como um agregador de exchanges descentralizadas (DEX). A Júpiter é como um “Buscapé” de criptomoedas: os usuários podem pesquisar pelas melhores rotas para trocar ativos, como converter USDT em Solana (SOL), pagando menos taxas.

O token da Júpiter, chamado JUPI, é um token de governança. Quem possui JUPI pode participar de decisões sobre o futuro da plataforma.

No entanto, o Buy Back and Burn introduz um diferencial importante no uso desse token.

  • A Júpiter gera receita por meio das taxas pagas pelos usuários ao utilizarem sua plataforma.
  • Em vez de vender diretamente essa receita no mercado, o protocolo utiliza esses fundos para recomprar tokens JUPI.
  • Após a recompra, os tokens são queimados, ou seja, retirados permanentemente de circulação.

Essa dinâmica é interessante porque parte da receita gerada pelo protocolo é indiretamente revertida aos detentores de tokens, aumentando o valor do ativo ao torná-lo mais escasso. Assim, o JUPI não é apenas um token de governança, mas também ganha valor com o aumento do uso da plataforma.

Quanto mais a Júpiter é utilizada, maior será o volume de tokens recomprados e queimados, gerando escassez e, potencialmente, valorizando o JUPI.

Outros exemplos: o caso do Ethereum

Embora o Buy Back and Burn envolva a recompra e a queima, existem mecanismos semelhantes que utilizam apenas a etapa de queima. Um exemplo é o Ethereum, que introduziu a EIP-1559:

  • Nesse modelo, parte das taxas de transação pagas pelos usuários é automaticamente queimada.
  • Não há recompra envolvida, mas o efeito final é parecido: redução do número total de tokens em circulação.

Com isso, o Ethereum pode se tornar deflacionário, especialmente em momentos de alta utilização, quando a quantidade de tokens queimados excede a emissão de novos.

Vantagens do Buy Back and Burn

  1. Criação de escassez: A redução do suprimento circulante pode aumentar o valor do token.
  2. Valorização alinhada ao uso: Quanto maior o uso do protocolo, maior o impacto no preço do token.
  3. Regulação simplificada: Evita problemas regulatórios, como a classificação do token como um ativo financeiro (security), algo que poderia ocorrer caso dividendos fossem distribuídos.
  4. Sinal de saúde do projeto: Mostra que o protocolo gera receita suficiente para reinvestir no próprio ecossistema.

O Buy Back and Burn é uma estratégia inteligente para criar valor em projetos de criptomoedas, como demonstrado pelo caso da Júpiter.

Ele recompensa indiretamente os detentores de tokens, gera escassez e evita complicações regulatórias. Além disso, quando combinado com um uso crescente da plataforma, pode gerar um impacto significativo no preço do token.

Apesar disso, é essencial que o modelo seja bem implementado e respaldado por um projeto sólido e sustentável. Em casos como o do Ethereum e da Júpiter, vemos como diferentes abordagens podem ser adaptadas para atingir objetivos específicos, mas sempre com foco em gerar valor para o ecossistema e seus participantes.